Precisamos
voltar no tempo em que o próprio cristianismo estava longe de se tornar uma
religião. Em várias antigas culturas espalhadas no Mediterrâneo, no Leste
Europeu e no Oriente, observamos que o uso do ovo como presente era algo
bastante comum. Em geral, esse tipo de manifestação acontecia quando os
fenômenos naturais anunciavam a chegada da primavera.
Não por
acaso, vários desses ovos eram pintados com algumas gravuras que tentavam
representar algum tipo de planta ou elemento natural. Em outras situações, o
enfeite desse ovo festivo era feito através do cozimento deste junto a alguma
erva ou raiz impregnada de algum corante natural. Atravessando a Antiguidade,
este costume ainda se manteve vivo entre as populações pagãs que habitavam a
Europa durante a Idade Média.
Muitos desses povos realizavam rituais de adoração para Ostera, a deusa
da Primavera. Em suas representações mais comuns, observamos esta deusa pagã
representada na figura de uma mulher que observava um coelho saltitante
enquanto segurava um ovo nas mãos. Nesta imagem há a conjunção de três símbolos
(a mulher, o ovo e o coelho) que reforçavam o ideal de fertilidade comemorado
entre os pagãos.
Ostera |
A
entrada destes símbolos para o conjunto de festividades cristãs aconteceu com a
organização do Concilio de Niceia.
No auge
do período medieval, nobres e reis de condição mais abastada costumavam
comemorar a Páscoa presenteando os seus com o uso de ovos feitos de ouro e
cravejados de pedras preciosas. Até que chegássemos ao famoso (e bem mais
acessível!) ovo de chocolate, foi necessário o desenvolvimento da culinária e,
antes disso, a descoberta do continente americano. Ao
entrarem em contato com os maias e astecas, os espanhóis foram responsáveis
pela divulgação desse alimento sagrado no Velho Mundo. Somente duzentos anos
mais tarde, os culinaristas franceses tiveram a ideia de fabricar os primeiros
ovos de chocolate da história. Depois disso, virou tradição! E a gente adora!
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